quinta-feira, 9 de setembro de 2010

As teorias da aprendizagem por associação


O comportamentalista é uma teoria psicológica da aprendizagem que se baseia nos princípios da aprendizagem associativa.O comportamentalismo é a teoria que diz que o comportamento se deve explicar através de experiências observáveis e não por processos mentais. A perspectiva comportamentalista é usada tanto pelo Condicionamento Clássico (CC) como pelo Condicionamento Operante (CO) para explicar a aprendizagem.

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (PAVLOV)

 As famosas experiências de Pavlov com cães são o exemplo paradigmático desta forma de aprendizagem. Pavlov observou que os cães salivavam quando as glândulas salivares se punham em contacto com a carne, o que classificou de reação incondicionada. Posteriormente os cães passaram também a salivar apenas por verem a carne. Esta reação foi classificada de resposta condicionada, que teria sido aprendida. Pavlov pensou que tal aprendizagem era devida a uma associação de estímulos.
Comprovou esta hipótese com uma série de experiências em que tentou associar um Estímulo Neutro (ou seja, que não provocava qualquer resposta), o som duma campainha, com um estímulo incondicionado (carne, que provocava a resposta incondicionada da salivação). Após algumas associações, o som da campainha tornou-se num estímulo condicionado, pois à sua presença, os cães reagiam com a salivação, agora resposta condicionada.
O CC é um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a transferir uma resposta natural perante um estímulo, para outro estímulo inicialmente neutro, que depois se converte em condicionado. Este processo se dá através da associação entre os dois estímulos (incondicionado e neutro).
Um conceito do CC é o reforço, que significa a agregação contínua dos estímulos condicionados e incondicionados, que ao não ser feita tende a fazer decrescer as respostas condicionadas, podendo levá-las até à extinção.
Generalização é uma resposta à similaridade dos estímulos e discriminação é uma resposta às diferenças entre eles.

CONDICIONAMENTO OPERANTE (Skinner)

O condicionamento operante é o processo de aprendizagem do comportamento que implica ações deliberadas. Skinner e Thorndike produziram experiências com animais. Thorndike formulou a lei do efeito que diz que “qualquer ação que produza um efeito satisfatório será repetida”.
Skinner que desenvolveu o conceito do CO descreve a relação entre o comportamento e as conseqüências.  Uma resposta operante é aquela que se produz sem a presença de um estímulo incondicionado, ou seja, é um comportamento voluntário. Será então um processo através do qual aprendemos a dar respostas de forma a obter um benefício ou a evitar algo desagradável. Consequentemente a freqüência das respostas depende das suas consequências.
O reforço positivo será a apresentação de um estímulo positivo. O reforço negativo a supressão de um estímulo aversivo. Se as conseqüências de um comportamento forem aversivas ou desagradáveis para o sujeito, o comportamento tenderá a desaparecer. Ou seja, também se consegue controlar o comportamento através de efeitos negativos. É o caso do castigo. Há dois tipos de castigos. O castigo de Tipo I consiste na apresentação de um estímulo negativo depois de emitido o comportamento que se quer ver desaparecer. O castigo de Tipo II implica a remoção de um estímulo agradável, o castigo ensina a não fazer algo, a suprimir uma resposta, nada mais.
O reforço deve ser dado sempre depois do comportamento que se quer reforçar, nunca antes. Deve também ser dado imediatamente, para diminuir o risco de o reforço ser associado a outro comportamento. Deve-se também informar o que é que é reforçado e o que não é. A omissão de recompensas produz efeitos de redução ou extinção dos comportamentos.
A generalização, a discriminação e a extinção são as semelhanças mais notórias entre o condicionamento clássico e o condicionamento operante.

Embora existam diversos modelos comportamentalistas, há dois princípios básicos que constituem o núcleo não só de todos os modelos comportamentalistas como, em geral, das teorias da aprendizagem por associação. O princípio da correspondência aceita que tudo o que fazemos e conhecemos é um fiel reflexo da estrutura do ambiente, e corresponde fielmente à realidade. Ou outro princípio é o de equipotencialidade, que afirma que os processos de aprendizagem são universais, são os mesmos em todas as tarefas, em todas as pessoas e inclusive em todas as espécies.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

TEORIAS SOBRE A INTERAÇÃO: APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO

   Todas as concepções correntes da relação entre aprendizado e desenvolvimento podem ser reduzidas a três teorias.
   A primeira Teoria Construtivista de Piaget centra-se no pressuposto que primeiro tem que haver desenvolvimento para depois ocorrer o aprendizado, ou seja, o aprendizado é conseqüência do desenvolvimento e que o processo de aprendizagem ocorre por reestruturação em que consiste na reorganização dos sistemas mentais.
   A segunda Teoria dos Reflexos postula que aprendizado é desenvolvimento ou que as duas ocorrem ao mesmo tempo, é baseada na escola de psicologia Behaviorista. Esta teoria de divide em dois grupos. O primeiro grupo do fisiologista Ian Pavlov ao fazer um experimento num cachorro descobriu o reflexo condicionado que consiste em um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então, ser considerada como condicionada. O segundo grupo do psicólogo Thorndike estabelece a lei do efeito, todo e qualquer ato que produz satisfação associa-se a esta situação que, quando ela se reproduz, a tendência é a repetição do ato. E quando o individuo repete esta tarefa ele o fixa, Thorndike chamou de lei do exercício, esses processos conduziram ao conexionismo, pois, se concentra nas conexões de estímulo-resposta. Na teoria dos reflexos a aprendizagem ocorre por associação e o sujeito do aprendizado é passivo.
  A terceira Teoria do Insight da escola de psicologia da Gestalt, desenvolvimento e aprendizagem são processos distintos, mas que se interagem um com outro. O aprendizado passa pelo fenômeno de reestruturação, e só se consegue aprender o novo à medida que se estabelece a relação entre a parte e o todo.
  Vygotsky faz uma crítica a estas teorias discordando delas, ele afirma que primeiro ocorre aprendizagem para depois ocorrer o desenvolvimento. E para explicar o processo de interação, Vygotsky descreve um novo conceito a Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência, são funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processos de maturação.
  O principal aspecto é a noção de que o processo de desenvolvimento não coincide com os processos de aprendizado. Ou melhor, o processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta e atrás do processo de aprendizagem, desta seqüência resultam, então, a zona de desenvolvimento proximal.



Fonte: A formação social da mente:o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Vigotsky.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM NA VIDA HUMANA

        A importância da aprendizagem na vida do indivíduo varia, enormemente, de uma espécie para outra. Entre os animais inferiores, seu equipamento de respostas inatas é suficiente para satisfazer suas necessidades. À medida que se ascende na escala animal a importância da aprendizagem na vida do organismo aumenta, juntamente com o período da infância e a capacidade para aprender, e há uma diminuição dos comportamentos inatos (instintivos). O homem, de todos os animais, é o que mais apresenta essas características.
            Na vida humana a aprendizagem se inicia após o  nascimento e se prolonga até a morte. Ela capacita-o a ajustar-se adequadamente a seu ambiente físico e social. Ela leva o indivíduo a viver melhor ou pior, mas, indubitavelmente a viver de acordo com o que aprende.
            A aprendizagem é, afinal, um processo fundamental da vida. Todo indivíduo aprende e, através da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver. Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem. Os costumes, as leis, a religião, a linguagem e as instituições sociais têm-se desenvolvido  como um resultado da capacidade do homem para aprender.
            A aprendizagem é um processo tão importante para o sucesso da sobrevivência do homem que foram organizados meios educacionais e escolas para tornarem a aprendizagem mais eficiente. As tarefas a serem aprendidas são tão complexas e importantes que não podem ser deixadas para obra do acaso.
            O  processo de aprendizagem e a maturação constituem as duas maiores influências que afetam o comportamento humano. O estudo da aprendizagem constitui, portanto, um dos problemas mais importantes para a psicologia e para o educador, seja ele pai, professor, orientador ou administrador de instituições administrativas. Explicar o mecanismo da aprendizagem é esclarecer a maneira pela qual o ser humano se desenvolve, toma conhecimento do mundo em que vive, organiza a sua conduta e se ajusta ao meio físico e social. É, pois, pela aprendizagem que o homem se afirma como ser racional, forma a sua personalidade e se prepara para o papel que lhe cabe no seio da sociedade.